5 filmes para conhecer Zezé Motta | 57FBCB 2024
Última atualização: 03/12/2024
Zezé Motta é uma figura emblemática da cultura brasileira, reconhecida por sua extensa e brilhante carreira. A como atriz, nascida em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, em 1944, construiu uma trajetória marcada por personagens marcantes, engajamento social e uma voz potente que ecoa nas artes e na política.
Uma carreira rica e diversificada
Zezé começou sua trajetória no teatro. No final dos anos 1960, ela fez parte do elenco da peça Roda Viva, de Chico Buarque e se destacou por sua intensidade, versatilidade e habilidades vocais. Após sua estreia no cinema, Motta começou a atuar em novelas e cinema, em papeis coadjuvantes, até que protagonizou Xica da Silva, em 1976, interpretando de forma marcante a história da famosa escravizada brasileira.
Da mesma maneira, sua voz marcante a levou a trilhar uma carreira musical de sucesso, com álbuns que mesclam ritmos brasileiros e letras engajadas. A também cantora gravou com grandes nomes da música brasileira, como por exemplo o dueto na canção África Mãe, do instrumentista Taiguara. Sua música, assim como sua atuação, sempre carregou um forte componente social e político, abordando temas como racismo, desigualdade social e a luta por direitos civis.
Além disso, a artista foi dubladora da bruxa Úrsula no filme A Pequena Sereia (1989), clássico da Disney. Ao longo de sua carreira, a homenageada do 57º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro se posicionou como uma importante voz da luta por igualdade e justiça social. Sua atuação em diversas causas sociais, como o movimento negro e os direitos das mulheres, a tornou um símbolo de resistência e inspiração para muitas gerações.
Zezé Motta é um patrimônio da cultura brasileira.
5 filmes como Zezé Motta
Vai Trabalhar Vagabundo (1973)
Onde assistir: Net Movies (gratuito), Prime Vídeo (Looke)
Nesta comédia em que o ator Hugo Carvana estreia como diretor, após sair da prisão, um malandro carioca passa a viver de pequenas contravenções para se sustentar. Neste filme, Zezé interpreta Shirley Araújo, uma das namoradas do fanfarrão protagonista, também interpretado por Carvana. Os dois protagonizam uma cena icônica de uma dança sensual ao som de Goldfinger, de Shirley Bassey e, além disso, o filme conta com trilha assinada por Chico Buarque.
Leia aqui a crítica de Marcelo Muller sobre o filme.
Quilombo (1984)
Onde assistir: indisponível
Na produção de Cacá Diegues, a atriz interpreta Dandara, a guerreira negra A produção franco-brasileira é ambientada em um engenho de Pernambuco, no qual um grupo de escravizados se rebela e ruma ao Quilombo dos Palmares, espaço de resistencia ao cerco colonial. No elenco, encontramos outras referências da cultura negra do audiovisual brasileiro como Zózimo Bulbul, Toni Tornado e Léa Garcia. A trilha sonora do filme foi composta, executada e assinada por Gilberto Gil.
Leia aqui a crítica de Roger Ebert sobre o filme.
Xica da Silva (1976)
Onde assistir: Apple TV (aluguel)
Em um dos seus papeis mais icônicos de Zezé, o filme conta a história da famosa escravizada brasileira, que se tornou uma das mulheres mais ricas do Brasil colonial. A atuação de Zezé como Xica foi premiada no festival de Brasília, bem como a direção de Diegues e o título de melhor filme da edição do festival de 1975.
Leia aqui o artigo de Maria Fernanda Fernandes para a Revista Humanares.
O Nó do Diabo (2017)
Onde assistir: Globoplay, Apple TV (aluguel)
O Nó do Diabo é um filme de terror antológico que conta com cinco contos nos quais as tensões raciais – violência, opressão e racismo – são apresentadas desde o período colonial até os dias atuais. Zezé participa de um dos contos, com inspirações no subgênero de zumbis, demonstrando sua versatilidade e capacidade de se adaptar a diferentes gêneros.
Leia aqui a crítica de Neusa Barbosa.
Quanto Vale ou é por Quilo? (2005)
Onde assistir: Apple TV (aluguel)
Neste drama social, Zezé interpreta uma mulher em busca de justiça após a morte do filho. Sua atuação comovente e realista chama a atenção para a violência urbana. O filme compara as violências do tempo atual ao tráfico de escravos do século 17, tecendo também críticas as ONGs, projetos sociais e ações de caridade que se aproveitam da miséria alheia.
Leia aqui a crítica de Leonardo Campos