Mulheres negras no cinema
Última atualização: 26/11/2020
Em vez de celebrações protocolares da Consciência Negra, precisamos falar mais sobre os espaços ocupados pelas pessoas negras. Da mesma forma que nos orgulhamos da presença de brasileiros em certos eventos, precisamos observar e entender a importância das faces e corpos de face africana. Para que possamos conhecer mais dessas representatividades, elaborei uma lista com dez nomes de mulheres negras no cinema que devem ficar no seu radar.
Ava Duvernay
A incrível diretora de filmes como 13ª Emenda e Pariah criou o coletivo Array, focado em mulheres e minorias, impulsionando sua produção de trabalho e discutindo as necessidades do mercado. Em uma live, no último mês de abril, o cinema brasileiro ganhou destaque. Ava convidou realizadoras e realizadores negros como Everlane Moraes, Gabriel Martins e Sabrina Fidalgo para falarem sobre suas carreiras.
Catarina Apolônio
A pernambucana Catarina Apolônio é especialista em som para cinema e TV. Também trabalha com edição e finalização de som imagem, tanto em produções brasileiras quanto estrangeiras. Dentre seus trabalhos, estão a composição do desenho de som de O Som ao Redor, de Kleber Mendonça Filho, e O nó do Diabo, de Ramon Porto e Jhésus Tribuzi.
Glenda Nicácio
Nascida em Poço das Caldas-MG, Glenda é diretora, designer de produção e produtora-executiva. Realizou dois longas em parceria com Ary Rosa: os filmes Café com Canela e Ilha. O primeiro título foi premiado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Atriz e Prêmio Petrobrás de Cinema na 50ª edição do Festival de Brasília. É proprietária da Rosza Filmes Produções.
Grace Passô
A atriz de teatro belo-horizontina é também dramaturga e diretora. Recentemente, adaptou seu trabalho mais conhecido, o monólogo Vaga Carne (2019), para o formato de curta-metragem. Foi protagonista em Praça Paris, de Lucia Murat, vencendo o prêmio de Melhor Atriz no Festival do Rio. Por sua interpretação em Temporada, de André Novais de Oliveira, foi premiada no Festival de Brasília.
Janaína Oliveira
A carioca Janaína Oliveira é a idealizadora e coordenadora do FICINE – Fórum Itinerante de Cinema Negro – e curadora de festivais nacionais e internacionais. Realiza pesquisas centradas na reflexão sobre Cinema Negro, no Brasil e na diáspora, e também sobre as cinematografias africanas. Sempre busca conexões que possam incidir também na área da educação das relações étnico-raciais.
Joyce Prado
A cineasta é diretora e editora. No filme Okán Mímó: Olhares e palavras de afeto, que aborda as demonstrações de amor dos adeptos do candomblé pelos seus orixás, por meio da palavra, foi a responsável pela captura de imagens. Seu primeiro longa-metragem, Chico Rei Entre Nós, integrou neste ano a programação da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.
Marsai Martin
Com apenas 16 anos, a jovem atriz é também produtora. Conhecida por interpretar Diane, filha do casal protagonista da série Black-Ish, a garota está desenvolvendo uma série sobre mulheres negras na História. Seu foco são nas pioneiras, pois busca mostrar como as mulheres negras são fantásticas, mas sempre estão sendo invisibilizadas. Em 2019, foi a mais jovem produtora executiva de filme de estúdio com A Chefinha, filme no qual ela também é protagonista e divide a cena com outra negra talentosa, Issa Rae (criadora e protagonista de Insecure, da HBO)
Misha Green
Devido ao sucesso recente de Lovecraft Country, o nome e o rosto de Misha Green está sendo amplamente divulgado nas mídias sociais. A estadunidense de 36 anos atua no meio cinematográfico há doze, como produtora e roteirista de filmes e séries. Dentre seus trabalho conhecidos estão os roteiros de episódios das séries Heroes e Sons of Anarchy, além da produção em Hélix.
Nia DaCosta
O tão falado remake de Candyman, que sempre fica como obra de Jordan Peele, na verdade está sendo dirigido por uma mulher. Nia DaCosta é uma diretora e roteirista americana que escreveu e dirigiu o thriller policial Little Woods, vencendo o Prêmio Nora Ephron no Festival de Cinema de Tribeca. Ainda que seja nova no meio cinematográfico, é uma das mulheres negras nas quais devemos ficar de olho.
Viviane Ferreira
Baiana de Salvador, Viviane Ferreira é presidenta da APAN – Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro. É também a segunda mulher negra a dirigir sozinha um longa metragem de ficção, Dia de Jerusa. A cineasta é sócia-diretora da Odun Filmes, professora de Cinema e Audiovisual da ESPM São Paulo, e Diretora Artística do Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul – Brasil, África, Caribe e Outras Diásporas
Fontes: Alma Preta, Mulher no cinema.