
Looney Tunes – O Filme: O Dia Que A Terra Explodiu
Última atualização: 24/04/2025
A chamada Era de Ouro da animação, marcada pelos curtas da Warner Bros. e Disney entre os anos 1930 e 1960, moldou o cinema animado como conhecemos hoje. Inovação, ousadia estética e humor refinado eram marcas registradas. Porém, com a transição para a televisão, muito desse espírito cinematográfico se perdeu. Por isso, “Looney Tunes – O Filme: O Dia Que A Terra Explodiu” surge como um raro retorno a essa tradição e também como o primeiro longa totalmente animado do estúdio.
Por pouco não perdemos a oportunidade de ver esse filme, engavetado pela própria Warner, até que a produção ganhou vida graças à distribuidora independente Ketchup Entertainment. Bom para nós, que tivemos acesso a uma experiência que flerta com a nostalgia sem perder o senso de humor.
Patolino, Gaguinho e o absurdo como salvação do mundo
Dessa maneira, a trama segue Patolino e Gaguinho, amigos desde a infância, que herdam a casa do velho fazendeiro Jim. Prestes a serem despejados, eles embarcam em uma série de tentativas fracassadas de conseguir dinheiro, até que um alienígena começa a dominar humanos com chicletes (!), transformando a dupla na última esperança da Terra.
O nonsense reina absoluto, como manda o bom e velho manual dos Looney Tunes. Há uma sequência musical psicodélica que remete ao auge experimental do estúdio. É mais um dos momentos em que o filme se diverte desconstruindo clichês da ficção científica e do terror B dos anos 50 e 60.
Ainda assim, o ritmo nem sempre acompanha a agilidade dos tempos modernos. É provável que a produção agrade mais aos nostálgicos do que a crianças pequenas, que talvez nem resistam até a metade do filme.
Uma comédia sci-fi com alma vintage (e coração caótico)
Desde os créditos iniciais até o clímax cômico e insano, O Dia em que a Terra Explodiu não esconde suas influências. Assim, a estética retrô, a trilha sonora referencial e os arquétipos exagerados entregam uma homenagem direta aos clássicos da ficção científica americana. Mas é no absurdo, e no direito de ser ridículo, que o longa encontra sua força.
A frase de um dos personagens a certo ponto do filme resume bem o espírito da obra: “um cientista, um alien, um pato e dois porcos decidem salvar o mundo.” Parece o começo de uma piada — e felizmente, é das boas. Para quem ama animação de verdade, o filme é uma ode ao caos criativo dos Looney Tunes. E mais que isso: um lembrete de que, mesmo em tempos sombrios, rir do absurdo ainda pode ser a salvação.

Direção: Pete Browngardt
Roteiro: Kevin Costello
Edição: Nick Simotas
Trilha Sonora: Joshua Moshier
Elenco:Eric Bauza, Candi Milo,Peter MacNicol