Army of the Dead: Invasão em Las Vegas
Última atualização: 28/05/2021
O homem não para! Após o lançamento do seu corte para Liga da Justiça, Zack Snyder se sente livre para retomar ideias antigas. Assim surge o novo zombie movie da Netflix. Army of the Dead está cheio de criaturas asquerosas, banho de sangue e efeitos visuais de encher os olhos.
Isolada devido a uma epidemia zumbis, a cidade de Las Vegas está devastada e tomada por mortos-vivos. Dessa maneira, no feriado da Independência, o governo decide bombardear a área, acabando definitivamente com o foco de contágio. Entretanto, nesse hiato, um grupo contratado pelo dono de cassinos Bly Tanaka (Hiroyuki Sanada), vai invadir a região para resgatar uma fortuna escondida em um dos cofres.
O enredo do filme é bem simples, pois consiste nessa invasão adicionada ao conflito familiar vivido por Scott (Dave Bautista) e sua filha Kate (Ella Purnell). A princípio, pode parecer que alguns dramas pessoais serão adicionados para dar certa profundidade aos personagens, mas não esperem por isso. O que você verá será um espetáculo de efeitos, maquiagens e cenas de ação. Infelizmente, as personagens não têm nenhum apelo para que torçamos ou não por eles.
Retornando ao universo dos zumbis em Army of the Dead
Antes de tudo, devemos lembrar que Snyder já simpatizou com os mortos-vivos antes, em Madrugada dos Mortos (2004), remake do clássico de George Romero. Dessa forma, quem já conhece o filme anterior sabe um pouco do que esperar de Army of the Dead.
Assim como no filme anterior, as criaturas são velozes. Dessa vez, além da capacidade de maratonistas, os zumbis são inteligentes, ou seja, se organizam em comunidade. Essa concepção de mortos-vivos como seres que evoluem, como uma nova espécie, não é nova. Romero propôs algo semelhante em Terra dos Mortos (2005), no qual, ao fim, vemos um grupo de criaturas em direção à cidade com o objetivo de invadí-la.
Outra característica que Zack Snyder dá aos seres de seu filme é a tradicional apatia e lentidão dos monstros. Algumas das criaturas são “adormecidas”, chegando até a hibernar em uma sequência que remete às fases em que enfrentamos as enfermeiras macabras de Silent Hill. Da mesma forma, o diretor apostou na zumbificação de animais, ampliando a gama de criaturas assustadoras de seu longa.
Viva Las Vegas!
A escolha de Zack Snyder em destruir e invadir Las Vegas pode parecer megalomaníaca, mas ao manter seu filme na principal avenida, especificamente no breve trajeto entre dois hotéis-cassino, ele consegue se livrar do problema de ter que mostrar demais uma cidade em meio ao caos.
Não seria um problema, já que existiu recurso financeiro para que o filme acontecesse, mas perderia um pouco da qualidade conseguida ao mesclar cenários ‘reais’ e computação gráfica. Surpreendentemente, o design de produção de Julie Berghoff conseguiu mesclar bem essas duas realidades. Julie usou toneladas de destroços para compor o chão e os montes pelos quais os atores passam, para manter a realidade e aventura durante as gravações. Ao fim do filme, há um making of que merece ser assistido.
Tudo bem legal, mas sempre ofuscado por filmes anteriores
Outro elemento descontraído e divertido do filme são as músicas. Mas a escolha e apresentação delas está atrelada a filmes anteriores. Os ataques de zumbis ao som de “Viva Las Vegas!”, de Elvis Presley acaba sendo facilmente associada a apresentação dos créditos iniciais de Zumbilândia, ao som de “From Whom the Bell Tools”, do Metallica.
Da mesma maneira, há momentos em que poderíamos estar assistindo à franquia Onze Homens, porém falta aquela magia, aquele carisma presente nos filmes de Steven Soderberg. Ao fim, mesmo sendo fanzoca do Bautista desde a WWE, sem dúvidas, gostaria muito mais de ver o time de George Clooney matando meus monstros preferidos.
Army of the Dead está disponível no catálogo da Netflix.
Direção: Zack Snyder
Roteiro: Zack Snyder, Shay Hatten, Joby Harold
Edição: Dody Dorn
Fotografia: Zack Snyder
Design de Produção: Julie Berghoff
Trilha Sonora: Junkie XL
Elenco: Dave Bautista, Ana de La Reguera, Ella Purnell, Omari Hardwick, Theo Rossi, Matthias Schweighöfer