Festa Virtual do Livro da USP – cinco dicas do catálogo
Última atualização: 02/11/2020
Respeitando as medidas sanitárias para minimizar a disseminação do novo coronavírus, a Festa Virtual do Livro da USP vai oferecer, de forma 100% digital, uma semana recheada de descontos para os amantes da Literatura.
São muitos – mas muitos mesmo – livros com um valor, no mínimo, 50% menor do que o normalmente praticado pelas editoras. Vasculhamos o extenso catálogo da feira e selecionamos cinco livros que valem demais a pena.
A Festa Virtual do Livro da USP vai de 9 a 15 de novembro.
Box Ursula K. Le Guin (Editora Aleph)
A ficção científica é definida pela criação de novos universos, mundos distantes e estrelas povoadas. No entanto, as melhores obras do gênero são aquelas que, no processo de concepção de algo novo, acabam encurtando a distância entre realidade e ficção.
Ursula K. Le Guin faz isso muito bem. Este box reúne duas de suas obras mais emblemáticas: Os Despossuídos e A Mão Esquerda da Escuridão. Os dois livros são excelentes para se pensar em novas formas de encarar a realidade – coisa que não é só necessária, é urgente. Um alento para os desesperançosos, a lição de Ursula é que o futuro não precisa estar sempre tão distante.
A Morte e o Meteoro, de Joca Reiners Terron (Editora Todavia)
Em uma época de quarentena causada por uma pandemia mundial, é difícil não pensar na extinção. Esse conceito se aproximou de uma parte da população nos últimos meses; mas para outra parte, já está presente há muito tempo. Cito um exemplo: no pantanal, a extinção acontece todos os dias.
Tratando de uma realidade não tão distante, Joca Reiners descreve a aniquilação dos kaajapukugi, uma tribo indígena fictícia que está à beira do desaparecimento. É um livro triste, dolorido e cheio de pontos finais, mas assim é a extinção. E, para evitá-la, precisamos primeiro saber que ela já acontece.
Big Tech, de Evgeny Morozov (Editora Ubu)
Há um problema quando decisões que são políticas por definição passam a ser enquadradas como ‘neutras’. A tecnologia e o conceito de progresso servem para admitir a acumulação de dados como algo necessário, inevitável, e até bom — o Google só quer resolver os nossos problemas, não é mesmo?
Big Tech é o livro que explica porque devemos nos preocupar com a nossa privacidade digital. Sabe quando você fala uma palavra perto do seu celular e depois é surpreendido com vários anúncios ligados a ela? Pois é, leia Big Tech e descubra que isso, além de proposital, é extremamente lucrativo.
Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll (L&PM Editores)
A icônica animação da Disney e os (nem tão icônicos) live actions de Tim Burton foram adaptados de um clássico da literatura infantil que, ainda hoje, desperta debates: Alice estaria sob efeito de alucinógenos e Lewis Carroll teria enganado o mundo ao falar de drogas para crianças?
Um marco da literatura nonsense, Alice surpreende a cada página exatamente pelas reviravoltas completamente inesperadas. Sim, muita coisa parece saída de filmes como Trainspotting ou Vício Frenético, mas a mensagem – “a adolescência é confusa” – está lá e bate forte quando se lê já com mais idade.
O Alienista, de Machado de Assis (L&PM Editores)
Um dos maiores nomes da literatura mundial, o brasileiro Machado de Assis escreveu em 1882 uma obra que muito bem poderia descrever o seu país em 2020.
O Dr. Simão Bacamarte, obcecado pela ideia de desvendar a mente humana, funda um hospício em Itaguaí (Rio de Janeiro) para internar compulsoriamente os loucos da região. A coisa começa a sair do controle quando Bacamarte passa a enxergar loucura em tudo e trancafia cada vez mais gente.
Num ensaio que vai além do conceito de sanidade e envolve, majoritariamente, poder, Machado de Assis nos diz, em tom que hoje soa profético, o poder de destruição da Ciência quando ela é instrumentalizada para atender aos interesses dos políticos de turno.
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