Força Bruta: Sem Saída
Última atualização: 11/10/2024
Não sabia nada sobre o filme Força Bruta: Sem Saída ou sobre a franquia quando fui ao cinema. Pior, fui virado, depois de uma madrugada escrevendo. Achei que dormiria nos primeiros cinco minutos, e tive mesmo que lutar contra o sono. Mas nada disso era culpa do que passava na tela, dado o esforço, veio a recompensa. Percebi rapidamente que a expressão “ele nasceu para interpretar esse papel” se encaixa perfeitamente quando falamos de Ma Dong-seok (Eternos) no papel do detetive Ma Seok-do.
Compondo uma figura de ação espirituosa e poderosa, com o filme entrega aquilo que esperamos ver de uma aventura de ação escapista e simples, mas repleta de carisma. Claro que isso, ao mesmo tempo, torna-se a maior força e fraqueza do filme. Apesar da familiaridade funcionar como um modelo reconfortante, o filme não traz muitas novidades em relação ao gênero. Há uma sensação de déjà vu em vários aspectos, mas, mesmo assim, consegue tirar algumas boas risadas e momentos marcantes.
Novos desafios e velhos elementos presentes em Força Bruta
O cinema de ação coreano da última década tem se destacado por sua capacidade de combinar sequências de ação com uma narrativa que busca o sucesso comercial. São obras que não se limitam apenas à coreografia de lutas e perseguições, mas também desenvolvem personagens complexos e dramas envolventes. De maneira recorrente, os cineastas coreanos têm explorado temas como a corrupção, vingança e o submundo do crime, enquanto inserem elementos em suas tramas, como o equilíbrio entre humor e violência. Essa evolução no gênero vem atraindo tanto o público local quanto o internacional, consolidando a Coreia do Sul como um dos principais produtores de filmes de ação de qualidade, frequentemente associando suas produções à crítica social e à estética refinada.
Aqui, a trama se desenrola quando uma nova droga, chamada Hiper, aparece no sangue de uma vítima, levando Ma Seok-do à missão de encontrar os responsáveis. O filme explora a interação entre a yakuza japonesa e um policial coreano corrupto, ambos envolvidos no tráfico de drogas. Lee Joon-hyuk interpreta o policial corrupto, enquanto Munetaka Aoki (Godzilla: Minus One), empunhando uma katana, viaja para a Coreia para recuperar as drogas para seu chefe mafioso. O conflito entre esses grupos se desenrola com a tensão esperada, mas acaba por afastar Ma Seok-do da ação principal em alguns momentos, deixando-o mais como um observador em certas cenas.
Apesar disso, o filme segue entregando o que os fãs de ação esperam: Ma Seok-do lidando com criminosos de maneira brutal e eficiente. As cenas de ação, embora familiares, continuam intensas. Vemos Ma se tornando quase indestrutível, seja ao socar adversários com força sobre-humana, seja ao sobreviver a atropelamentos como se fossem meros incômodos.
Humor e futuro da franquia
Além da ação intensa, Força Bruta adota um tom mais cômico do que agressivo. Mesmo que sua cena inicial nos faça pensar que se tratará de uma obra densa, logo isso é desfeito pelo tom geral da narrativa e seu protagonista. Ma Dong-seok assume o centro das risadas, especialmente em uma cena de interrogatório em um motel. Há também momentos em que ele reclama dos colegas que sempre chegam atrasados para as lutas. Esses elementos cômicos, aliados à ação, fazem com que a franquia lembre de filmes clássicos como Dirty Harry e Máquina Mortífera, onde o protagonista mantém sua missão de capturar o vilão, mas com um toque de humor crescente a cada novo filme.
A direção de Lee Sang-yong equilibra bem ação e comédia, mas o filme evidentemente joga no seguro, que não se arrisca a quebrar fórmulas já estabelecidas, o que pode ser visto tanto como uma vantagem quanto como uma limitação.
Direção: Lee Sang-yong
Roteiro: Kim Min-Sung
Efeitos visuais: Jinhee Kim, Youngil Pyo
Produção: Ma Dong-seok, Jang Won-seok
Trilha Sonora: Mok Young-jin
Elenco: Ma Dong-seok, Lee Jun-hyuk, Munetaka Aoki