Olhar de cinema: 5 curtas nacionais
Última atualização: 23/10/2021
O Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba comemorou uma década em 2021. Entre os dias 6 e 14 de outubro, o evento exibiu filmes que falaram sobre temas como redes de apoio e comunidades.
Abaixo, seguem alguns dos projetos nacionais exibidos no evento:
Quando chegar a noite, pise devagar, por Gabriela Alcântara
Neste filme de terror, Cala está se adaptando ao novo apartamento e buscando em seus guias e orixás a solução para seus medos. Além disso, a protagonista se sente acuada pelas investidas de um vizinho e o desprezo de outros moradores. Ao mesmo tempo, moça está sendo torturada psicologicamente por situações estranhas em sua residência. Um curta que gradativamente tira seu fôlego por meio da fragilidade de uma mulher que mora sozinha.
A culpa não é nossa, por Humberto Schumacher
Em uma mescla de imagens e discursos políticos da história do Brasil, o diretor aborda os ciclos presentes na política. A máxima de uma mentira contada várias vezes se tornando verdade está presente: assim nasce o fantasma do comunismo. Ademais, Humberto Schumacher rompe com a dicotomia dos bons e maus para mostrar que, no jogo do poder, as fronteiras que os dividem é muito frágil.
A máquina infernal, por Francis Vogner dos Reis
Este curta me trouxe a lembrança de Mangler, filme sobre uma máquina de lavar assassina baseado em um conto de Stephen King. Entretanto, o curta tem a cara dos chãos de fábrica brasileiros, além de ter como motivador do medo toda uma fábrica e seu proprietário. Assim, é muito interessante observar como o ataque sofrido pelos funcionários serve de metáfora para a exaustão provocada pela jornada de trabalho e pelo sistema trabalhista que enxerga o trabalhador como peça substituível.
Anamnesis, por Tiago Lipka
A mescla de imagens de supostos objetos de memória está sobreposta a depoimentos de pessoas que vivem com a demência. De maneira sensível, o diretor oferece ao espectador o olhar sobre memórias que se esvaem conforme relatos reais são lidos. Dessa forma, assistir ao filme é como mergulhar em histórias desconhecidas que, em breve, serão esquecidas.
Elas são o meu início, por Jéssica de Quadros
O relato em primeira pessoa de Juliana Kerexu sobre a importância de sua ancestralidade em sua formação pode parecer apenas mais do mesmo. Entretanto, o que a indígena relata é de suma importância para deslocarmos nossas ideias de como se forma uma liderança, pois Juliana é a primeira cacique mulher de sua aldeia. De maneira imersiva, caminhamos pela aldeia acompanhados pelos sons das músicas daquela cultura enquanto ouvimos a cacique falar de sua relação com as mulheres de sua família e comunidade.