Pedregulhos – 45ª Mostra SP
Última atualização: 10/11/2021
Pedregulhos é um filme silencioso, que reverbera em suas cores, luzes e paisagens um lar dilacerado. De início, já entendemos que a produção, dirigida por P.S. Vinothraj, terá mais silêncios do que diálogos. Acompanhamos um pai, aparentando muito nervosismo, indo à escola buscar o filho no meio da aula. A ligação entre eles é estranha, quase inexistente, pois o tempo todo existe uma distância, física e emocional, entre eles.
O motivo para Ganapathy pegar o filho na escola é tentar resgatar a esposa. O homem, sobretudo, é alcoólatra e muito violento. Assim sendo, sua esposa o abandonou, cansada de viver uma relação abusiva. Entretanto, o marido não aceita a separação e percorre a região (etnia tâmiles) em busca da esposa, indo até a residência da mãe dela.
Durante todo o percurso, ele está longe do filho, ora alguns passos à frente, ora sentados distantes um do outro. Enquanto o homem emana ódio e descaso pela família, tratando-a como propriedade, o garoto demonstra estar assustado, mas ao mesmo tempo apegado à mãe e, principalmente, à irmã.
Assim sendo, conforme Pedregulhos se desenvolve, observamos a rotina de várias mulheres, ora em meio à natureza, ora andando pela aldeia, ora na casa da família da esposa de Ganapathy. Entretanto, a mulher que está sendo procurada não tem um rosto. Penso que, dessa forma, é mais fácil o diretor incutir na personagem a universalidade das mulheres vítimas de violência em seus casamentos.
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Em suma, um filme cheio de sensibilidade, dita por meio de paisagens e olhares.
Direção: P.S. Vinothraj
Roteiro: P.S. Vinothraj
Edição: Ganesh Siva
Fotografia: Vignesh Kumulai, Jeya Parthiban
Design de Produção: P.S. Vinothraj
Trilha Sonora: Yuvan Shankar Raja
Elenco: Chellapandi, Karuththadaiyaa