Trem-Bala
Última atualização: 04/08/2022
Definitivamente, ao ir assistir a Trem-Bala, não esperava encontrar um protagonista chamado Joaninha (Brad Pitt), que fosse um ladrão e assassino profissional good vibes.
A produção mais recente de David Leitch mistura filme de vingança e ação, estilo John Wick e Atômica. Com ares tarantinescos, em seus diálogos longos e nem sempre engraçados ou necessários no desenvolvimento da trama, bem como ocasionais jatos de sangue que banham a tela, os excessos e o nonsense estão presentes em cada pancada desmedida e corpos pendurados do lado de fora do trem-bala.
Ainda assim, a película atende a tudo que propõe ser: agitada e divertida. A super produção é baseada em um livro de Kotaro Isaka, lançado no Brasil pela editora Intrinseca.
Muito azar ou pouca sorte
Joaninha se considera um azarado e tem certeza de que sua nova missão o envolverá em algum problema e, de fato, ele tem razão. O trem em que deve viajar com o propósito de roubar uma maleta está cheio de pessoas interessadas, sobretudo, no mesmo objeto. Além disso, há também os que estão em busca de uma pessoa relacionado ao objeto.
O mercenário está longe de ser elegante como o Wick de Keanu Reeves. Ele calça tênis, usa jeans, um chapéu digno de Seu Madruga e está vivendo uma nova vida após fazer terapia para conter sua violência. Joaninha passa o filme inteiro se recusando a usar armas e oferecendo conselhos de autoajuda para quem cruza seu caminho.
Enquanto o assassino se comunica por telefone com sua chefe, Maria (Sandra Bullock), por telefone, outros personagens também estão em ação. Entre eles estão os irmãos Tangerina e Limão (Aaron Taylor-Johnson e Brian Tayree Henry), responsáveis pelo resgate do filho (Logan Lerman) de um cruel chefão da máfia. Além disso, Kimura (Andrew Koji), um pai desesperado, procura o Príncipe, responsável pela tentativa de assassinato de seu filho.
Assim sendo, todas essas histórias se emaranham uma na outra, recebendo um desfecho repleto de reviravoltas no último terço do filme. Mas até que esse momento chegue, há inúmeras sequências de ação, muito alívio cômico, conversas com pitadas de ironia e uma estética digna de quadrinhos e mangá.
David Leitch afirma seu nome como diretor de ação
O cinema sempre está cheio de produções e mais produções genéricas que surgem à medida que um certo estilo de filme viraliza. Leitch está a frente de um desses últimos virais da década, o primeiro capítulo da franquia John Wick, e pelo visto é neste nicho que ele se manterá.
Trem-Bala possui todas as características que conhecemos em seus filmes anteriores. Por exemplo, sequências de lutas coreografadas, direção de arte e fotografia que abusam dos jogos de luzes artificiais, imprimindo nas cenas cores vibrantes e até mesmo situações peculiares.
Ademais, sua carreira como dublê o aproximou de estrelas como o próprio Brad Pitt, que encabeçam seus filmes com elencos estelares. Nesta produção mesmo podemos contar com a participação de ao menos três profissionais com os quais David já trabalhou. E todos eles parecem estar muito confortáveis, entregando assim entretenimento de qualidade.
Além disso, Leitch faz o favor de encenar sua produção e cenários reais (os vagões do trem não são feitos de fundo verde), tornando a ilusão factível para poder distorcê-la ao máximo quando necessário. Aguardo por mais ações mirabolantes saídas da mente desse diretor. Ah, e assistam as cenas pós-créditos, são tão divertidas quanto o filme todo.
Direção: David Leitch
Roteiro: Zak Olkewicz, Kôtarô Isaka
Edição: Elísabet Ronaldsdóttir
Fotografia: Jonathan Sela
Design de Produção: David Scheunemann
Trilha Sonora: Elliott Wheeler
Elenco: Brad Pitt, Joey King, Aaron Taylor-Johnson, Brian Tayree Henry, Andrew Koji, Hiroyuki Sanada, Michael Shannon, Sandra Bullock
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