Viúva Negra
Última atualização: 10/07/2021
A Marvel pós-Vingadores tem sido uma versão longa-metragem dos super divertidos “Marvel One-Shots”. São histórias dentro do universo cinematográfico, mas que não dialogam diretamente com a linha do tempo principal da franquia. Essa proposta tem o seu ápice com Viúva Negra, onde a protagonista que dá nome ao filme vive a maior “side quest” do MCU.
Logo após a batalha do aeroporto de Capitão América: Guerra Civil, Natasha Romanoff (Scarlett Johansson) foge das autoridades americanas e se refugia na Noruega. Entretanto, não estamos prestes a assistir “Viúva Negra Na Natureza Selvagem”. Se os Irmãos Russo fizeram de Steve Rogers o Jason Bourne da Marvel, me sinto confortável em dizer que Cate Shortland buscou inspiração em Ethan Hunt, da série Missão Impossível, para seu filme.
Casos de Família
Quando pensamos na Viúva Negra, a imagem da órfã treinada para matar pelos soviéticos é uma das primeiras que vêm à cabeça. Talvez por isso construir uma história de família seja uma escolha ao mesmo tempo óbvia e interessante. Afinal, a forma como uma personagem contruída na ideia da solidão lida com relações afetivas precisa ser explorada.
E digam o que quiserem, Natasha reencontrar sua “irmã” Yelena (Florence Pugh) e as duas “testarem a confiança” uma na outra por meio de uma trocação franca, com direito a desarme duplo e enforcamento até um pedido de trégua (o que poderia ser mais “coisa de irmão” do que isso?), é uma ótima forma de apresentar uma personagem nova que se equivale a outra conhecida pelas técnicas de combate corporal.
Da mesma forma, quando as duas reencontram seus “pais” Alexei (David Harbour) e Melina (Rachel Weisz), também há aí uma dinâmica diferente da que vemos nos Vingadores. É diferente resolver um problema entre amigos e com a família. E qual a melhor forma de resolver problemas familiares do passado do que sair no braço contra um inimigo em comum?
Viúva Negra tem um pouco de tudo, em perfeito equilíbrio (como tudo deve ser)
Nada me irrita mais nos filmes da Marvel do que o excesso de piadas fora do lugar. Igualmente, filmes de ação em que tudo é ação impede um envolvimento com as cenas, pois depois de uma perseguição de carro, há um bombardeio aéreo, seguido de uma fuga da prisão e assim por diante.
Viúva Negra, uma vez que não abusa dos exageros, consegue fazer rir quando quer, empolgar quando quer e até ser um pouco (não muito, um pouco) emotivo quando quer. São nos pequenos momentos, como uma fala “é claro que nós temos combustível para chegar lá” seguida por um corte do helicóptero pousando com combustível antes de chegar, mas também nas sequências de ação com começo, meio e fim, onde geografia, características de personagens e decisões influenciam no que acontece em seguida, que o filme se destaca.
LEIA TAMBÉM: WANDAVISION – 1ª TEMPORADA
Negativamente, entretanto, o filme se destaca pelo vilão que não representa um grande desafio, um clímax construído em cima do clichê “vilão revela seu plano maligno e permite que herói salve o mundo” e algumas metáforas que, mesmo sendo interessantes em si, são desenvolvidas de forma um tanto quanto rasa e simplória.
Mas nada dsso vai impedir você de gostar de Viúva Negra e ter boas duas horas de entretenimento com o filme. Não esqueça de assistir à cena pós-creditos!
Viúva Negra está nos cinemas e no Disney+ (exclusivo para assinantes Premier Access).
Direção: Cate Shortland
Roteiro: Eric Pearson
Edição: Leigh Folsom Boyd & Matthew Schmidt
Fotografia: Gabriel Beristain
Design de Produção: Clint Wallace e Charles Wood
Trilha Sonora: Lorne Balfe
Elenco: Scarlett Johansson, Florence Pugh, David Harbour, Rachel Weisz, Ray Winstone, Olga Kurylenko & William Hurt
Publicado Por
1 comentário em “Viúva Negra”