Bumblebee
Última atualização: 27/05/2021
Se você nunca quis um Bumblebee para chamar de seu, chegou a hora de pensar nisso. O universo dos Autobots e Decepticons, que tem origem em meados dos anos 1980, foi revivido em 2007 pelas mãos de Michael Bay em versão modernizada dos robôs-automóveis-extraterrestres. Passada uma década, nosso desejo era de que Bay parasse de fazer sequências desinteressantes, com explosões excessivas e cenas de lutas que se assemelhavam a um quadro expressionista abstrato.
Ao anunciarem um novo episódio, spin-off, da série de seis – SEIS! – filmes, o que mais surgiram foram dúvidas relacionadas a sua qualidade. Surpreendentemente, não é que deu certo?! Bumblebee, com suas 1h53min, antes de mais nada, recuperou o clima aventureiro, rodeado por relações de amizade. Da mesma forma, resgatou a comicidade que havia se perdido ao longo da franquia de origem.
Sob nova direção
O filme mais recente da franquia foi dirigido por Travis Knight (Kubo e as Cordas Mágicas, 2016) e tem como principal característica o clima oitentista do nascimento dos Transformers. A principio, em meio a uma guerra em seu planeta natal, a resistência Autobot precisa se deslocar pela galáxia em busca de segurança. Como consequência da tomada do poder, de maneira ditatorial, pelos Decepticons, os nativos migram de sua terra com o intuito de se fortalecer e se unir novamente para combater o mal.
É assim que o soldado B-127 vem parar na Terra. Ao cair em solo estadunidense, um grupo de militares que fazem um treinamento na floresta, sob liderança de Burns (John Cena), o perseguem. Com medo do que aquele ser possa trazer perigo para o planeta, o militar inicia sua caçada. Nesse hiato, do outro lado da cidade, a adolescente Charlie (Hailee Steinfeld) se sente triste, pois às vésperas de seu aniversário de 18 anos, a saudade que sente por seu pai é grande. Eis que o destino cruza a sua vida com a do robô que ela batiza de Bumblebee.
Muitas referências ao cinema pop dos anos 1980
Com uma trilha musical saudosista, formada por músicas de bandas como The Smiths, Simple Minds e Tears For Fears, a ambientação do ano de 1987 está completa com um elenco carismático e a escolha no design do rosto do robô deixá-lo muito expressivo: nessa versão, Bumblebee é um fusca amarelo.
Como não poderia faltar em um filme que emula as características dos filmes dos anos 80, há personagens que funcionam apenas como alívio cômico. Da mesma forma, existe o núcleo das garotas chatas e do garoto “gato”, mas também o rapaz nerd apaixonado que não sabe como se declarar. Como resultado, a união desses elementos na trama à guerra intergaláctica e aos interesses governamentais, Bumblebee é uma típica aventura exibida nos programas de cinema das tardes de antigamente.
Um robô tão cativante quanto um pet
Sem dúvida, Bumblebee consegue cativar nos pequenos detalhes. De tal forma que o público será arrebatado pela memória, ora da animação dos anos 1980, ora da primeira adaptação de Transformers para o cinema, de 2007.
Em suma, ao recuperar o que a série Transformers deixou de fazer a partir do 3º capítulo, o que não falta em Bumblebee são boas sequências de embate. Entretanto, dessa vez, as imagens não são confusas e o som não excede o limite do bom senso. Travis e sua equipe conseguiram trazer de volta vida e uma nova perspectiva para que uma possível nova franquia que se inicie. Munido de efeitos especiais de qualidade, roteiro carismático e elenco simpático, o resultado é aquele filme que “te pega” de maneira sutil.
Direção: Travis Knight
Roteiro: Christina Hodson
Edição: Paul Rubell
Fotografia: Enrique Chdiak
Design de Produção: Sean Haworth
Trilha Sonora: Dario Marinelli
Elenco: Hailee Steinfeld, Jorge Lendenborg Jr., John Cena, Jason Drucker, Pamela Adlon