PLANETA DOS MACACOS O REINADO destacada

Planeta do Macacos: O Reinado

Última atualização: 09/05/2024

Quando um reboot da franquia “Planeta dos Macacos” foi anunciado, é difícil dizer que alguém possuía de fato grandes expectativas. Mesmo com o peso de ser uma nova visão sobre um filme já tratado como um clássico, não podemos imaginar que as sequências e o reboot anterior feito por Tim Burton geraram uma comoção no público a ponto de tonar essa série um sucesso.

Nova franquia

Um cenário muito diferente acontece com “Planeta dos Macacos: O Reinado”: agora temos não apenas uma franquia que se sustentou como um relativo sucesso de público, mas principalmente uma trilogia lembrada por sua grande aceitação crítica após a entrada de Matt Reeves. É com isso que o novo diretor, Wes Ball, precisa lidar. E não é pouca coisa.

Um novo começo, um novo olhar

A trama realiza um salto no tempo após a conclusão da Guerra pelo Planeta dos Macacos. Muitas sociedades de macacos cresceram desde que César levou seu povo a um oásis, enquanto os humanos foram reduzidos a sobreviver e se esconder nas sombras. Entretanto, apesar de ser responsável pela segurança da nova geração de primatas evoluídos, muitos não conhecem os feitos de César. E é neste novo cenário que um líder macaco começa a escravizar outros grupos para encontrar tecnologia humana, enquanto um jovem macaco, que viu seu clã ser capturado, embarca em uma viagem para encontrar a liberdade, sendo uma jovem humana a chave para todos.

Outras espécies

Há uma sensação de novos começos, situada pelo prólogo em que assistimos aos funerais de César. Embora útil narrativamente, o filme acaba se arriscando muito com essa pequena cena. Ao menos aos críticos, fica a lembrança de algo muito bom e uma aposta de superação em forma e temática. Deixando claro, isso não vem.

Por um lado, o filme é capaz de gerar algumas emoções reais (um grito em meio ao matagal, o canto de uma águia antecipando a ação), momentos de ação realmente espetaculares, personagens envolventes e uma trama eficiente. Por outro, possui um roteiro desenvolvido linearmente, que é profundamente previsível e raso como um pires. Imperdível para um passeio no cinema para assistir um blockbuster, mas longe dos acertos das parte 2 e 3 da nova franquia.

Herdeiro de Cesar

Contudo, é possível retirar desse roteiro fraco algo como uma reflexão. Em sua premissa, vemos repercussões da noção empregada desde o primeiro filme sobre como os macacos unidos são fortes. Em 2011, para tratar de um macaco chamado César que ascende à liderança, fazia sentido aludir à imagem das fasces romanas. Hoje, estamos em um outro mundo, tendo nós mesmos passado por uma pandemia real, em que o autoritarismo de viés fascistoide nos custou muitas vidas. Pode nem ser intencional, mas aqui finalmente temos a visão pessimista sobre o futuro de César, com suas Fasces ganhando ares de autoritarismo ou mero misticismo.

A volta a um lugar seguro

Além disso, há notas aqui e ali que nos fazem lembrar o tempo todo de um certo astronauta que, acreditem, parece estar longe de pousar neste planeta. De todo modo, não faz falta, já que o filme parece estabelecer as bases de dois novos protagonistas, antagônicos para uma franquia no futuro. Críticos não são, em si, público, e é preciso esperar para ver se essa nova abordagem vai cativar uma parcela significativa de pagantes que garantam que a série possa continuar em seus planos.

Em caso contrário, o estúdio pode sacar finalmente o reboot do filme clássico e faturar seus milhões.


Ficha Técnica
Kingdom of the planet of the apes (2024) – Estados Unidos
Direção: Wes Ball
Roteiro: John Friedman, Rick Jaffa, Amanda Silver
Edição: Dirk Westerwelt, Dan Zimmerman
Fotografia: Gyula Pados
Design de Produção: Daniel T. Dorrance
Trilha Sonora: John Paesano
Elenco: Freya Allan, Kevin Durand, Dichen Lachman, William H. Macy, Owen Teague

 

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